Capítulo 3
O castelo e a rosa
Na manhã seguinte, adentraram a mata novamente. Passaram por um bosque tão bonito e
florido que era possível identificar a árvore pelo seu cheiro. Haviam também diversas
espécies de frutas; as quais foram colhidas pelas crianças. Avistaram portões e pararam,
poderia ser um dos inimigos. Guilherme tomou coragem e seguiu avante.
Mais à frente, pôde ouvir música e conversas alegres. Logo encontrou uma estrada entre as
árvores e o muro alto que rodeava a cidade. O garoto adentrou os portões e voltou correndo
para contar aos outros o que vira.
-Vamos! Vamos! Vocês vão ficar loucos!
-O que aconteceu?
-Venham ver. É incrível!
Ao entrarem na cidade juntos, não teve uma pessoa que não percebesse a presença deles.
Todos notaram aqueles forasteiros. Então, uma moça muito bem vestida chegou perto e
perguntou o que faziam ali.
-Nada, estamos só de passagem. - Alan disse, desconfiado. - E quem é você?
-Eu sou a rainha daqui.
-Está brincando!
-Não, não estou.
-Você não deveria estar em um castelo ou algo assim?
-Eu gosto de visitar a cidade e ver o que está acontecendo. A propósito, eu sou Bela.
-É visível, moça.
-Não, meu nome é Bela. - Ela riu. -E os seus?
-Sou Alan. Aquela é minha irmã Alice. A menina ao lado dela é Sofia, com a Aurora.
Também tem o Guilherme, o Tomas, a Renata, a Isabel, o Augusto, a Paula, a Lívia e o
André.
-Vocês são muitos. E seus pais?
-É melhor conversar sobre isso depois.
-Entendo. Já têm lugar pra ficarem?
-Não.
-Podem ficar no castelo. Existe uma ala somente para forasteiros e órfãos…
-Não somos órfãos!
-Mas são forasteiros. Fiquem só por essa noite. Terão abrigo e alimento.
-Tudo bem.
-Regina e Ronaldo, vamos?!
-Tá, mamãe. - As crianças responderam em coro e saíram correndo na direção em que Bela
ia.
No castelo, os pequenos tiveram um dia bastante agradável brincando com Regina e
Ronaldo. Os filhos de Bela eram bastante inteligentes e generosos, compartilhando suas
coisas com as crianças do orfanato. Pela tarde, a rainha chamou-os para uma conversa e
saber do que tinha ocorrido. Ficou bastante chocada com a tragédia e como eles estavam
se virando sozinhos. Pediu que ficassem mais tempo no castelo, mas se recusaram.
Bela reuniu todos no pátio central do palácio e contou-lhes a história de seu reino. Eles
ficaram bem chocados ao saber que o belo moço sentado ao lado dela já fora uma fera
presa a uma flor. Ela ressaltou o fato de que a bondade e a coragem salvaram a vida do rei;
afirmando que também poderiam restaurar o lar dos pequenos.
Capítulo 4
A árvore que brilha sob o luar
Enquanto todos estavam dormindo, Sofia levantou e correu para o jardim. Se certificou de
que nenhum dos empregados do castelo a estava observando e tirou o sobretudo. Suas
asas doíam. Ela as esticou o máximo que pôde e se atreveu a tocá-las. Pareciam ser de
mentira, mas estavam lá. Saltou e tentou voar, mas estava sem prática. Então só ficou
batendo as asas sem sair do lugar. O vento gelado fazia a menina relaxar.
Sofia andou pelo jardim atenta a cada planta daquele local. Era um lugar muito bonito, mas
rodeado pelos muros da cidade. Algo brilhava além daquela proteção. Como boa curiosa, a
menina foi espiar o que era. Já do outro lado, pôde ver que era uma árvore.
-Uma árvore que brilhava?
-Sim, uma árvore que brilhava.
Ela se perguntou se aquilo poderia devolver sua forma original. Sem hesitar, ela abraçou a
árvore e desejou que tudo fosse como antes. Houve um outro clarão. Ao abrir os olhos,
Sofia percebeu que as asas continuavam ali; porém, ela se sentia mais leve. Chutou a
árvore e um galho caiu em sua cabeça. Ela chorou e praguejou. Enfim, pegou aquele galho
para atirar bem longe; mas sentiu um choque. Apontou o objeto para uma outra planta
instintivamente e disse que ela desse frutos naquele momento. De repente, maçãs
começaram a aparecer entre as folhas.
Sem entender o que aconteceu, ela saiu correndo daquele lugar. Vestiu o sobretudo e
voltou ao castelo para dormir. No dia seguinte, era notável o cansaço de Sofia, mas todos
interpretaram como saudade dos pais.
As crianças partiram da cidade logo no começo da manhã; levavam mantimentos, um
cavalo e um mapa consigo. Seguiram pela mata; esta lhes dava maior segurança, caso
precisassem fugir.
Capítulo 5
Siga aquela estrela!
Ao anoitecer, caminhar se tornou difícil. Estavam com pouca luz e poderiam se perder.
Resolveram parar novamente e descansar; ao nascer do sol seguiriam com a viagem.
Fizeram uma fogueira pequena e se juntaram para passar o frio. Mesmo com os cobertores
que Bela havia lhes dado, o inverno era rigoroso demais com eles.
Em uma certa hora, o ser dentro da lamparina ficou muito agitado. Balançou o objeto e
escapou sem muito esforço. Alice e Sofia saíram correndo atrás dele. Percebendo que
estavam em um vale, pararam ao ver diversos raios de luz saindo de trás de arbustos.
Chegaram mais perto do ser, que estava ao lado de uma árvore, e ficaram surpresas com o
que viram: eram os unicórnios estrelados de antes. Eles pareciam doentes ou prestes a
morrer, mas permaneciam com um sorriso. Repentinamente alguns começaram a cintilar e
sumiram; porém, as manchas continuavam brilhando cada vez mais forte e eram
impulsionadas para cima. Chegavam bem alto e paravam. Eram estrelas de verdade.
-Alice, acho que o que pegamos foi uma estrela caída.
-Sim. - Alice suspirou profundamente; não bastava eles estarem longe de casa, a estrela
também estava. - Amiguinha, o que podemos fazer pra te ajudar?
A estrela só fez que não com a cabeça e foi para perto dos unicórnios. Cochichou algo para
um deles e voltou para o meio do vale. Lá, ela se deitou perto de um dos estrelados e
sumiu; ao mesmo tempo, uma mancha apareceu na barriga deste e as meninas puderam
perceber que aquela esperava um filhote.
Sofia e Alice voltaram para o acampamento improvisado e contaram o porquê de não
estarem mais com a estrela. Todos ficaram bastante chocados, mas felizes e dormiram
mais tranquilos naquela noite.
O blog de uma pessoa que tenta se entender e entender a singularidade dos outros. Com uma postagem por semana tento passar aos meus leitores o que se passa em meus devaneios.
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