Ela abriu os olhos e sentiu o corpo todo doer. Era carregada pelo ombro por alguma criatura humanóide. Estavam em um corredor sombrio quando abriram a porta; e a moça fingiu que ainda estava desmaiada. Entraram em um salão grande e bastante sujo.
-Ah, criança. - Seu corpo tremeu ao ouvir aquela voz horrível novamente. - Vê? Eu acabei com seus protetores um por um!
-NÂO! ELA NÂO!
-Grite o quanto quiser. Ninguém pode te ouvir. Não dessa dimensão.
-Por favor. Por favor. “Protege-me, ó Deus, pois em ti me refugio.”. - Romeu sussurrava enquanto chorava.
A moça sentiu seu corpo vibrar e as dores sumirem. Se colocou de pé em um pulo.
-Eu posso ouvir. - Aquela voz saía de sua boca, mas não era dela.
Todos se viraram para ela naquele salão.
-Como isso é possível?!
-”O Senhor te guardará de todo o mal; guardará a tua alma.”
Neste momento, uma luz forte começou a brilhar no meio daquele lugar e, dela, um raio partiu. Todos os cantos do salão foram atingidos e despedaçados.
...
-Filha, filha. - Ela sentiu o abraço de sua mãe. - Você está bem?
-Eu tô. - Então percebeu que estava conectada a tubos e aparelhos. - Eu quero me levantar.
-Você ainda não está bem. Estamos em um hospital.
-E Romeu?
-O menino?
-Sim.
-Está na outra sala.
-O que aconteceu?
-Acharam vocês em um campo aberto a poucas quadras daqui. Parecia ter sido um acidente, mas não tinha nada ao redor.
-Nossa…
-Querida, tenho que ir. Descanse.
-Obrigada, mãe.
Um outro abraço se seguiu e a senhora de meia idade saiu do quarto.
A moça encostou a cabeça no travesseiro ainda confusa e assustada. Assim, percebeu que Romeu estava sozinho e desprotegido depois que tudo o que aconteceu; sentou na cama e estava pronta para ir ao quarto ao lado. Mas parou ao ver uma cruz vazia na parede e o versículo que estava logo abaixo dela - II Crônicas 20:15. Se aquietou na cama e, com a resposta em seu coração, descansou.
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