sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Tec-Tec - Cap 2

Um novo país, uma nova casa. Me transferi para uma escola primária como professora de língua portuguesa; os alunos precisam falar outras línguas fluentemente aqui e são ensinados boas maneiras em seus primeiros anos de escola. Lugar acolhedor o Centro de Ensino Kokoro. Meu lar era em uma dessas casas que as pessoas alugam suítes; uma casa grande, com com várias destas alugadas somente para mulheres. Havia uma casa ao lado, grande também, alugada somente para homens. Por trabalhar somente durante as tardes na escola; mas acordar cedo, comecei a vender doces para as mulheres da casa e para nossos vizinhos. Lucrava bastante com estes trabalhos e comprava coisas para a casa; já que vivíamos em comunidade e muitas coisas eram divididas. Ri Ta, uma típica japonesa do século XXI, me ajudava com os doces, além m de lecionar boas maneiras na mesma escola que eu, e era dividido o lucro das guloseimas.
...
Certo dia, um alvoroço se formou na casa ao lado e corri para lá; achei que algum acidente acontecerá, mas era só um novo morador. Erick era um velho amigo meu, conhecido da faculdade e, agora, morava na casa ao lado. Eu o reconheci pela voz.
-O que você faz aqui?- Ele me perguntou com o antigo sotaque paulista.
-Aconteceram coisas comigo que eu prefiro não comentar. Precisava de uma vida nova...
-E veio parar do outro lado do mundo?!- Ele riu da situação.
-Bem, foi. - Eu ri; já se passou muito tempo desde meu último sorriso.
-Que tal irmos a um restaurante mais tarde?
-Eu não conheço muito bem a cidade; acho eu não...
-Vamos, vai ser divertido. Chame Ri Ta, eu a conheço; talvez ela aceite ir também.
-Eu vou pensar. -Voltei para casa no mesmo instante. Eu estava nervosa, mas achava aquilo uma boa ideia. Falei com Ri Ta a respeito disso e ela disse que seria uma bom sair, pois eu estava bastante estressada. Ela ligou para Erick e marcou de sair naquela noite.
Fomos a um bom restaurante com Erick. Era vegetariano, mas não achei estranho; a comida era fantástica e conversamos bastante. Depois fomos à praça das cerejeiras; lugar lindo que, naquela época, estava florido. Me diverti bastante e fomos para casa cansados. Foi bom voltar a sair com outras pessoas e me divertir com elas; sentir alegria perto de um cara era algo que eu não fazia a muito tempo.
...
Me levantei da cama e fui até a geladeira para beber algo; no caminho, havia uma porta entreaberta com a luz acesa. Ao entrar para apagar a luz, pude ver uma moça jogada no chão. Me ajoelhei para socorrê-la, ela me agarrou pelos ombros e me chacoalhou. Acordei gritando e me debatendo. Ri Ta veio correndo para me ver; lhe expliquei o sonho e ela achou estranho.
-Vá dormir, querida. O dia hoje foi cheio.- Ela me abraçou- Vai ficar tudo vem; boa noite.
-Obrigada por vir me ver. Boa noite.

Passei algum tempo pensando naquele sonho/ pesadelo estranho, mas consegui dormir depois. Ao menos com isso não tenho problemas...

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