sábado, 27 de maio de 2017

10 coisas para se fazer antes de partir - Portas

Acordei com o barulho da porta abrindo, era minha amiga com uma bandeja de café da manhã.
-Bom dia. Vamos acordar?
-Bom dia. Tudo bem?
-Sim, um pouco nervosa só. E você?
-Bem, sim.
-Eu tenho que ir me arrumar. - Ela suspirou profundamente e foi na direção da porta. -Falta só uma hora para o casamento.
Quando ela saiu do quarto, pulei da cama tentando não derrubar o café. Tirei o vestido do saco - ele era simples e verde, mas ficaria bonito em mim - o coloquei no cabide. Engoli o pão seco e tomei o suco em um gole. Peguei todos os meus remédios e tomei com um pouco de água que tinha. Como tinha um banheirinho no quarto, me lavei rápido e comecei a maquiagem. Vesti aquela coisinha verde e comi as frutas que restavam na bandeja. Calcei o sapato descendo as escadas e sentei em um dos bancos da cozinha. Senti o cansaço bater, mas me levantei e fui ajudar a pôr as cadeiras no quintal.
Terminamos quase na hora de começar a festa, muito por culpa minha. Fiquei logo sentada. Os convidados foram chegando e estranharam minha presença - quem não?! Afinal, eu era uma adulta magricela e quase careca no meio de um casamento. Mas sempre me distraía com a beleza e a harmonia de como tudo foi montado.
As flores, luzes e tecidos espalhados da forma mais fofa que já vira. Já tinha ido a alguns casamentos quando criança, mas nenhum era tão simples e bonito como aquele. Bem a cara dessa doida mesmo.
-Oi, você por aqui?
-Oi, sim. Tudo bem? - Eu não fazia ideia de quem era aquele cara tão bem vestido.
-Tudo sim, e com você?
-Bem sim.
-Você parece meio chateada.
-As pessoas estão reparando em mim. Não gosto disso.
-Entendo. Também não gosto que percebam sobre minha visão.
-Nossa! É você! - Disse, instantâneamente.
-Você não tava lembrando de mim?
-Não. Desculpa…
-Tudo bem. Agora lembrou.
A cerimônia foi linda e bem rápida. A festa durou mais algumas horas, pena que não fiquei para ver tudo pelo cansaço. Subi e fui dormir um pouco. Voltei bem no finalzinho e o garoto do ônibus ainda estava lá. Conversamos um pouco. Quando tudo acabou, ajudamos a recolher as cadeiras.

Fui dormir bem cedo naquele dia, pois teria que partir logo para ver outros países.

sábado, 20 de maio de 2017

10 coisas para se fazer antes de partir - Um pequeno passo...

Acordei com o aviso de que iríamos pousar. Nem me lembro de dormir, mas o livro de Verne ainda estava caído no meu colo. Senti a pressão do avião aterrizando. Estava na hora de explorar o mundo sob outra perspectiva. Trêmula coloquei o pé direito para fora do avião e respirei fundo.
-Ei! Anda aí! - Um cara gritou lá de dentro do avião. Sempre podemos contar com a ignorância humana.
Peguei minhas malas e fui andando pelo aeroporto. Minha amiga me aguardava a poucos metros da entrada; já que, de qualquer jeito, eu teria que passar por ali.
-Mana, quanto tempo!
-Pois é. Como você tá?
-Bem…- O silêncio deixou claro que ela não queria saber a minha resposta. - Essa é toda a sua roupa?
-Sim. Eu minimizei tudo. - Disse, apontando para a mala.
-Vamos? Meu carro ficou logo ali.
Andamos pelo que pareceu um quilômetro até o carro.
-Você tá bem? - Ela finalmente perguntou ao ver minha cara pálida.
-Sim. Só está um pouco frio aqui.
-Tudo bem, tenho casacos no carro.
-Obrigada.
O tempo realmente estava bem mais frio do que eu achei que estaria, mas não me incomodei tanto. Sentei no banco do carona e, ao arrumar o espelho, reparei um volume estranho na mala do carro. Decidi não ser chata e fiquei de bico calado. Passamos o caminho todo falando de como a vida mudou de alguns anos pra cá. Ela era dona de uma grande loja no Ver-o-peso que, ao visitar a Europa, se encantou com o lugar e decidiu se mudar; eu era só alguém doente.
-Ah, tenho uma surpresa para você…- Fiquei logo com aquela cara de preocupada. - Eu não te contei pra ser surpresa mesmo. Sabia que virias logo pra cá e queria que visse isso.
-O que é?
-Vais ver quando chegarmos.
-Me conta logo. Eu sou ansiosa.
-Ótimo exercício para isso.
-Sei…
-Vou me casar. - Ela olhou pra mim e riu. Eu fiquei sem ação.
-Sério?!
-Sim, e é amanhã. - Eu a abracei tão forte o quanto podia e tentei não bater o carro.
-Parabéns! Que vocês sejam muito felizes!
-Obrigada, amiga!
-Poxa, eu nem te trouxe um presente. Nem tenho roupa. Nem nada.
-Eu falei com sua mãe e aluguei um vestido pra você.
-Obrigada, mana.
Quando chegamos no sítio em que a família do noivo morava, estavam montando as estruturas do dia seguinte. Eles me receberam muito bem e foram super gentis comigo.
Fiquei em um quarto pequeno, mas bastante acolhedor. Separei algumas coisas para o dia seguinte e fui almoçar. Era um pessoal muito educado e a comida estava ótima. Também ajudei nos preparativos do casamento, que seria na manhã do dia seguinte. Logo anoiteceu e fomos nos recolher para acordar bem cedo. Caí como uma pedra na cama.

sábado, 13 de maio de 2017

O décimo filho - Cap 4-Páscoa

Pessoal, antes de começar a história quero pedir que comentem e compartilhem nossos links. Também peço para curtirem nossa página no facebook e nossas fotos no instagram.
É isso, bom divertimento e espero que gostem das histórias.

Pela manhã, fomos à igreja e assistimos o culto. Foi lindo estar no culto de crianças e poder entender o sacrifício de Cristo por nós. Todo o seu sofrimento e todas as coisas das quais ele nos livrou. Também houve uma peça para explicar melhor como pôr em prática o perdão que Jesus nos ensina. Quando acabou o culto, aconteceu uma gincana de perguntas e respostas. Mesmo sendo bem novinho, ganhei dois brindes.
Ao voltarmos para casa, tivemos a caça aos ovos. Eu e minha irmã corremos pela casa toda e derrubamos algumas coisas, mas mamãe não ligou. Estávamos gratos demais para nos preocupar com uma pequena bagunça. Depois sentamos felizes no sofá e assistimos um filme para a família.
Passei quase a noite toda jogando e ignorei todas as chamadas de atenção da minha mãe. Acordei lá pelas 10:00 da manhã. E já estava “super” cansado. Só me levantei ao lembrar que minha namorada vinha almoçar comigo.
Quando saí do banho, a caça aos ovos que minha mãe fazia para as crianças da rua já estava começando. Sempre vinha uma explicação sobre a Páscoa, depois a correria. Eu ficava com raiva daquela bagunça toda. Então minha namorada chegou e eu tentei parecer mais feliz. Ficamos nas portas dos quartos, impedindo que as crianças entrassem; pois não haviam ovos lá.
Almoçamos e fomos ver um filme. Ainda estavam algumas crianças, nossos familiares, na sala; e eles estavam brincando com algumas almofadas. Eu comecei a tirar graça deles para que parassem, mas não foi isso o que aconteceu. Eles retrucaram e continuaram brincando. Então, arranquei as almofadas das mãos deles e as joguei no sofá. Deitei em cima de todas e fiquei com cara emburrada. Todos me olharam feio, até os adultos. Eu senti que tinha feito algo errado, mas parecia não me importar.
-Mãe, podemos pedir algo para comer?
-O que você acha de fazer uma pizza?
-Que legal!
-Filha, vamos assar uma pizza?
-Vamos!
Eu corri para a cozinha e tirei as coisas que estavam na parte mais baixa da geladeira. Minha mãe pegou os ingredientes de onde eu não alcançava.
-Sai da frente da geladeira, menino! - Ela cuidava de mim por ser o mais novo e ainda não saber me cuidar.
Montamos a pizza e a assamos. Foi nosso jantar. Naquela noite, mamãe dormiu em um colchão no chão do nosso quarto.
-Boa noite, mano. - Eu já estava quase dormindo quando ouvi a voz de minha irmã, na cama ao lado. Ela estava desligando a televisão.
Eu esperei o filme acabar e me arrumei para ir à casa da minha namorada. Jantei pizza lá. Era agradável e irritante como as pessoas agiam. E eu continuava sentindo que não pertencia a lugar nenhum.
Voltei para casa tarde, ao contrário dos conselhos da família; simplesmente não os escutava mais. Fiquei no computador jogando a noite toda. Ainda estava perdido e sem vontade de nada. Quando todos os meus “amigos” foram dormir, eu deitei na cama e chorei de tristeza, com medo da solidão e do futuro. Então, eu dormi.
Agora sei que não estava sozinho. Em nenhum momento. Eu só me sentia perdido por estar afastado do Criador. Hoje, a paz dEle me inunda e sua força não deixa que eu me abata; pois sei que Ele nunca me deixou.

sábado, 6 de maio de 2017

Natasha - Cap 10

Antes da história começar, queria pedir aos meus queridos leitores que compartilhem e comentem os capítulos. Esses textos são feitos para vocês e quero saber se gostam ou não. Obrigada pela atenção e bom divertimento.

O domingo de Páscoa começou agitada. Mãe e filha foram à igreja ouvir sobre a data em questão e entender melhor o porquê da comemoração. Em seguida foram para a casa da avó de Natasha. Deram carona para mais algumas pessoas, amigos de Natasha e suas mães. Cantaram um dingle que passava na televisão o caminho inteiro.
As outras participantes do grupo de mães que adotaram - do qual, Érica fazia parte, já estavam esperando na porta da casa. Era bom para a moça ter um suporte a mais na educação de Natasha e que a menina tivesse amigos na mesma situação. Todos estavam muito animados com a oportunidade de estarem todas juntos em uma programação - que nunca fariam estando sozinhas.  
A caça aos ovos com Natasha e seus amiguinhos foi um sucesso. Todos muitos felizes com seus respectivos brindes. Então, se sentaram para uma gincana de perguntas e respostas sobre a Páscoa, enquanto era preparado o almoço.
Foi quando ouviram a campainha tocar. Era Roberto.
-Bom dia, eu sou o Roberto. Onde está Érica?
-Lá na cozinha. Pode entrar.
-Obrigado. - Ele disse e foi passando pela sala. Natasha foi até ele e o abraçou. - Oi, pequena. Tudo bem?
-Tudo sim. E tchau. - E se sentou novamente no sofá.
Roberto suava frio quando cumprimentou Érica. Pediu para usar o banheiro e correu até lá. Repensou o que iria dizer e se perguntou se teria algum problema entre eles. Mas isso parecia bem distante em sua mente. Abriu a porta decidido a contar.
-Filha, você tá bem?
-Sim, eu só bati o braço na mesa.
-Quer um pouco de gelo?
-Não, mãe. Eu tô bem.
-Tudo bem. Dá um abraço aqui.
Observou por alguns instantes aquela cena pela brecha e caiu em si. Elas não precisavam dessa verdade agora - e talvez, nunca. Trancou novamente a porta do banheiro e limpou o rosto. Saiu como se não estivesse acontecendo nada.
-Érica, eu vim só trazer esses presentes pra vocês e tenho que ir. Vou passar o dia com meus pais.
-Ah, sim. Tudo bem. Boa Páscoa, seu Roberto.
-Boa Páscoa, querida. - Eles se abraçaram e ele foi embora. Sem problemas, sem discussões. Deixou que a vida simplesmente seguisse. Ou era o que ele achava...

A casa - redigido em 15/06/2018

Ela acordou ao ouvir as tábuas sendo tiradas de sua porta e os passos apressados. Depois de tanto tempo presenciando os mais diversos tipos ...