Eu estou só, ele sabe disso,
ou ela. Aquilo! Uma criatura sombria mas não sabe onde estou e a única coisa
que posso fazer é ficar quieta. Isso me seguiu por dias enquanto eu voltava da
escola e observava quando eu estava dormindo, eu podia sentir.
Certa noite, gritos ecoaram
por todos os lados e eu via pessoas correndo de criaturas como aquela que me
perseguira, mas a minha havia sumido. Arrumei algumas roupas em uma mochila
(sim, eu sempre tenho uma bolsa pronta para viajar) e fugi. Enquanto o mundo
era tomado por essas criaturas e os vermes comiam a carne de quem eu amava,
vivia em buracos e ruelas; roubando comida de onde conseguia e fugindo daquelas
criaturas horrendas...
Elas eram enormes e
assassinas. Não sou uma atleta; mas ,quando se trata de vida ou morte, correr é
melhor que ter seu corpo dilacerado.
O mais triste foi deixar minha
família para trás. Estavam todos mortos quando saí de meu quarto. Às vezes,
penso se existe um porquê de eu não ter morrido também.
Agora estou aqui, em um barril
de vinho (para segurar meu cheiro). A criatura lá fora me procurava não era a
mesma dos meus trajetos da escola. Talvez eu morra aqui...
-Deixe-a em paz!- Uma voz
grotesca ecoa e, logo após ela, um tiro.
Fico imóvel ouvindo os passos
se afastando e o silêncio que domina o ambiente.
Olho por um espaço que havia
entre a tampa e o barril e posso ver a criatura ferida e morta. Saí de lá e
olhei mais de perto; era um tiro de sinalizador, a arma estava vazia perto do
corpo. Peguei minhas coisas e algumas outras antes de sair daquele local. A voz
grotesca e o tiro ainda ecoava em meus ouvidos enquanto corria até o próximo
local para me esconder.
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